terça-feira, 27 de dezembro de 2022

Enganos na genealogia

Em genealogia é possível acontecer informações que estejam erradas, a exemplo do nome dos pais de Manoel José da Cunha (genro do fundador da cidade de Jardim do Seridó/RN, Capitão Antônio de Azevedo Maia), que o genealogista paraibano Sebastião de Azevedo Bastos, em 1955, colocou em seu livro No Roteiro dos Azevedos e de outras Famílias do Nordeste de que Manoel José da Cunha era filho de José Antônio da Cunha Lima e de Maria Correia, o que hoje sabemos ser um engano, já que há documento que prova que os pais de Manoel José da Cunha foram João Pacheco da Cunha e Jerônima Teixeira de Borba. Então vejamos:

Ancestrais de Manoel José da Cunha, genro do fundador da cidade de Jardim do Seridó

1°) Manoel José da Cunha foi o tronco da família Cunha nos estados da Paraíba e do Rio Grande do Norte, notadamente da cidade de Jardim do Seridó, sertão potiguar.

2°) Sabemos que os pais de Manoel José da Cunha foram João Pacheco da Cunha e Jerônima Teixeira de Borba, através de prova documental.

3°) Manoel José da Cunha teve uma irmã legítima com o nome Ângela Vieira de Melo, e prova disso é o registro de casamento dela localizado na cidade de Igarassu/PE, no qual informa nome dos seus pais, João Pacheco da Cunha e Jerônima Teixeira de Borba.

4°) É possível que o nome de Ângela Vieira de Melo tenha sido uma homenagem a avó paterna Ângela Vieira de Melo casada com Gabriel Figueira da Cunha.

5°) A Nobiliarchia Pernambucana de Borges da Fonseca tem informações de pessoas dessa família, inclusive cita o casal Gabriel Figueira da Cunha e Ângela Vieira de Melo, e esta por sua vez teve um irmão chamado João Pacheco de Lira. Acreditamos que esse irmão de Ângela Vieira de Melo, tenha sido a razão para que ela colocasse em um filho o nome João Pacheco da Cunha (pai dos irmãos Manoel José da Cunha e Ângela Vieira de Melo).

6°) No registro de casamento de Ângela Vieira da Cunha (irmã de Manoel José da Cunha) com o seu parente Sebastião Correia Lima consta o nome dos pais dos noivos, e informação de dispensa de parentesco de consanguinidade no 3° grau igual simples (um dos avós dele era irmão de um dos avós dela) e de 4° grau atingente ao 3° grau (um dos avós do noivo era irmão de um dos bisavós da noiva, ou vice-versa), e de acordo com informações genealógicas que constam na Nobiliarchia Pernambucana sobre a ascendência do noivo, onde essas duas dispensas de consanguinidades são confirmadas, na forma que segue:

Dispensa de parentesco de consanguinidade de 3° grau igual: Antônio Vieira de Melo (avô materno do noivo Sebastião Correia Lima) era irmão de Ângela Vieira de Melo (avó paterna da noiva Ângela Vieira de Melo, esta irmã do Manoel José da Cunha que era genro do Capitão Antônio de Azevedo Maia, o fundador da cidade de Jardim do Seridó-RN).

Dispensa de parentesco de consanguinidade no 4º grau atingente ao 3º grau: Maria Pacheco Pereira (avó paterna do noivo Sebastião Correia Lima) era irmã de Dionísia Pacheco Pereira (bisavó paterna da noiva Ângela Vieira de Melo, esta irmã do Manoel José da Cunha que era genro do capitão Antônio de Azevedo Maia, o fundador de Jardim do Seridó-RN).

7°) Manoel José da Cunha, tronco da família Cunha de Jardim do Seridó, e da família Cunha Lima do RN e PB, era filho de João Pacheco da Cunha e de Jerônima Teixeira de Borba. Os avós paternos dele foram Gabriel Figueira da Cunha e Ângela Vieira da Cunha, e só este nome da avó paterna pode justificar o fato de Manoel José da Cunha ter tido uma irmã legítima com o mesmo nome Ângela Vieira de Melo (que casou com Sebastião Correia Lima).

8°) Assim, não é exata a informação transmitida por Sebastião de Azevedo Bastos em seu livro No Roteiro dos Azevedos e de outras Famílias do Nordeste, de que Manoel José da Cunha era filho de José Antônio da Cunha Lima e de Maria Correia, nota igualmente reproduzida no livro Velhas Famílias do Seridó de Olavo de Medeiros Filho.

Se o genealogista Sebastião de Azevedo Bastos se enganou quanto a filiação de Manoel José da Cunha, é possível ter se enganado quanto a filiação do casal português Antônio de Azevedo Maia (1° do nome) e Josefa Maria Valcácer de Almeida, tendo em vista, até hoje, não existir documento comprobatório de tal afirmação.

**************************************************************

Prosseguindo, encontramos o registro de casamento de duas irmãs de Manoel José da Cunha, que morou em Jardim do Seridó e que era genro do casal Antônio de Azevedo Maia e Micaela Dantas Pereira (filha do coronel de milícias Caetano Dantas Correia).

1- José de Avellar Dornellas Castilho e Antônia Francisca Teixeira de Borba:

Casados às 10 horas do dia 15 de junho de 1774, na capela de Nossa Senhora do Desterro, pertencente na época à Freguesia de Igarassu/PE, celebrante do casamento foi o Pe. João de Albuquerque Falcão, sendo testemunhas Braz de Melo e Inácio Ferreira Dias.

      Ele, José de Avellar Dornellas Castilho, natural da freguesia de Santo Pedro Mártir de Olinda/PE, filho do capitão Gonçalo de Avelar Castilho e Faustina de Ornellas Castilho.

      Ela, Antônia Francisca Teixeira de Borba, natural de Igarassu/PE, irmã do Manoel José da Cunha que morou em Jardim do Seridó/RN e filha do Sargento-Mor João Pacheco da Cunha e de Jerônima Teixeira de Borba.

2- Sebastião Correia Lima e Angela Vieira de Melo:

Casados aos 04 de junho de 1783, na capela do Engenho Inhamã, filial desta matriz, dispensados no terceiro grau igual e quarto atingente ao terceiro de consanguinidade, perante as testemunhas capitão Manoel da Costa Gadelha e Bento Correia Lima.

     Ele, Sebastião Correia Lima, natural de Goiana/PE, filho do sargento-mor José Correia Lima e Maria da Assunção Pacheco, já falecidos.

     Neto paterno de Bento Correia Lima e de Maria Pacheco Pereira;

     Neto materno de Antônio Vieira de Melo e de Maria da Assunção Correia Lima.

     Bisneto paterno (por seu avô) de José Correia Lima e de Maria Antônia de Oliveira;

     Bisneto paterno (por sua avó) de João Pacheco Pereira e de Joana Paes Barbosa;

     Bisneto materno (por seu avô) de Gonçalo Novo de Lira e de Dionísia Pacheco Pereira;

     Bisneto materno (por sua avó) de Bento Correia Lima e de Maria Pacheco Pereira.

     Ela, Ângela Vieira de Melo, natural de Igarassu/PE, irmã de Manoel José da Cunha (casado com Joana Maria do Carmo, filha de Antônio de Azevedo Maia de Jardim do Seridó/RN) e filha do sargento-mor João Pacheco da Cunha e Jerônima Teixeira de Borba.

     Manoel José da Cunha, ressalte-se, foi genro do fundador da cidade de Jardim do Seridó/RN, Antônio de Azevedo Maia.

     Os nomes dos pais da noiva Ângela Vieira de Melo é uma certeza, já que consta essa informação no registro de casamento. Quanto ao nome dos avós paternos, não se sabe ao certo, mas podemos especificar logo abaixo a seguinte possibilidade da árvore genealógica, de acordo com a Nobiliarchia Pernambucana de Borges da Fonseca.

     Os avós paternos de Ângela Vieira de Melo (irmã de Manoel José da Cunha), de acordo com a Nobiliarchia Pernambucana, provavelmente são Gabriel Figueira da Cunha e de Ângela Vieira de Melo, bisneta paterna (por parte do avô) de Bento Figueira da Cunha e de Francisca Leitão, e bisneta paterna (por parte da avó) de Gonçalo Novo de Lira e de Dionísia Pacheco Pereira.

     No registro de casamento de Sebastião Correia Lima e Ângela Vieira de Melo (irmã de Manoel José da Cunha) consta 2 dispensas de parentesco de consanguinidade entre os noivos, a primeira dispensa é de terceiro grau igual simples (significa que um dos avós do noivo era irmão de um dos avós da noiva), e a segunda dispensa é de quarto grau atingente ao terceiro grau (significa que um dos bisavós do noivo era irmão de um dos avós da noiva, ou vice-versa).

      Quanto a dispensa de parentesco de consanguinidade de terceiro grau igual, pode-se afirmar que Antônio Vieira de Melo (avô materno do noivo Sebastião Correia Lima) era irmão de Ângela Vieira de Melo (avó paterna da noiva Ângela Vieira de Melo, esta irmã do Manoel José da Cunha).

    No que se refere a dispensa de parentesco de consanguinidade no quarto grau atingente ao terceiro grau, pode-se afirmar que Maria Pacheco Pereira (avó paterna do noivo Sebastião Correia Lima) era irmã de Dionísia Pacheco Pereira (bisavó paterna da noiva Ângela Vieira de Melo, esta irmã do Manoel José da Cunha).

Lembramos que as dispensas de parentesco de consanguinidade já citadas acima, confirmam essa possibilidade de parentesco através das informações que constam no livro Nobiliarchia Pernambucana de Borges da Fonseca.

Assim, é forte a possibilidade de que Manoel José da Cunha, por ter tido uma irmã com esse nome Ângela Vieira de Melo, (nome dado supostamente em homenagem a avó paterna Ângela Vieira de Melo, esposa de Gabriel Figueira da Cunha), tenha a seguinte árvore genealógica, citada abaixo:

    Manoel José da Cunha casado com Joana Maria do Carmo, filha de Antônio de Azevedo Maia e tronco da família Cunha de Jardim do Seridó/RN e da família Cunha Lima.

    1- Pais: João Pacheco da Cunha e Jerônima Teixeira de Borba

    2- Avós paternos: Gabriel Figueira da Cunha e Ângela Vieira de Melo

    3- Bisavós paternos:

     Bento Figueira da Cunha e Francisca Leitão (pais do avô paterno).

     Gonçalo Novo de Lira e Dionísia Pacheco Pereira (pais da avó paterna).

       Quanto a Jerônima Teixeira de Borba (mãe do Manoel José da Cunha que morou em Jardim do Seridó e de Ângela Vieira de Melo), não podemos arriscar uma suposição, mas pelo sobrenome Teixeira de Borba, Jerônima Teixeira de Borba poderia ter sido parente próxima de Micaela Teixeira de Borba (ancestral do Coronel Estevão José Barbosa de Moura) e do padre Antônio Teixeira de Borba, este último sabe-se que era filho do português Francisco Teixeira e da pernambucana Violante de Borba.

        O engano quanto ao nome dos pais de Manoel José da Cunha durou quase 70 anos, pois neste ano de 2022 descobrimos o nome correto dos seus pais, graças a localização do registro de batismo de Constância, filha de Joana Maria do Carmo e Manoel José da Cunha, onde são mencionados os nomes dos avós paternos e maternos, conforme segue abaixo na imagem:


Prova de que Manoel José da Cunha (genro de Antônio de Azevedo Maia) Não era filho de José Antônio da Cunha Lima e Maria Correia. 

           Um outro engano recente na genealogia potiguar é quanto ao nome dos pais de Félix Antônio de Medeiros, que foi casado com Tereza Duquesa de Faria. O mesmo é tido por filho de Manoel Antônio de Medeiros e de Inácia Maria, segundo artigo datado de 7 de novembro de 2019, disponibilizado na internet.

       O artigo destaca que Félix Antônio de Medeiros era filho de Manoel Antônio de Medeiros e de Inácia Maria, neto paterno de Sebastião de Medeiros Rocha (filho do português Sebastião de Medeiros Matos) e de Maria Leocádia da Conceição, e neto materno de João de Morais Camelo e de Antônia de Morais Severa, o que não é exato.

          Esse engano quanto ao nome dos pais de Félix Antônio de Medeiros aconteceu em razão do termo de casamento dele com Tereza Duquesa de Faria não informar o nome dos pais do noivo e da noiva, e pessoas da família a exemplo de Hermes Medeiros Costa (neto paterno de Félix Antônio de Medeiros) informar por tradição familiar, que o nome do pai de Félix Antônio de Medeiros era Manoel Antônio de Medeiros, sem saber informar o nome da mãe. No livro Velhas Famílias do Seridó de Olavo de Medeiros Filho, publicado em 1981, consta o nome de um Manoel Antônio de Medeiros, de Santa Luzia/PB, casado duas vezes, com as irmãs Córdula e Inácia, e por isso se deduziu erroneamente que esse Manoel Antônio de Medeiros de Santa Luzia/PB era o pai de Félix Antônio de Medeiros, e que essa Inácia era a mãe de Félix Antônio de Medeiros, quando na realidade não está correta essa dedução.

         O Sr. Hermes Medeiros Costa (nascido aos 28 de agosto de 1928 na cidade de Acari/RN e falecido aos 06 de julho de 2020, com 91 anos de idade, em Natal/RN, filho de Silvino da Costa Medeiros e neto paterno do casal Félix Antônio de Medeiros e Tereza Duquesa de Faria), muito interessado em genealogia, acertou quanto ao nome Manoel Antônio ter sido o pai de Félix Antônio de Medeiros, mas enganou-se quanto ao sobrenome (Manoel Antônio de MEDEIROS), já que o nome correto do pai de Félix Antônio de Medeiros era Manoel Antônio da SILVA.

          Esse engano na genealogia de Félix Antônio de Medeiros referente aos nomes dos pais, avós e bisavós permanece faz um tempo, e no intuito de fazer aparecer a informação correta, colocaremos logo abaixo a genealogia do casal Félix Antônio de Medeiros e Tereza Duquesa de Faria, até os bisavós:

          1- Félix Antônio de Medeiros nasceu aos 23 de março de 1833, e foi batizado aos 11 de abril de 1833, no sítio Riacho de Fora e falecido aos 11 de maio de 1900, com 67 anos em Santa Cruz/RN. Casou aos 16 de novembro de 1857, no lugar Santo Antônio, com Tereza Duquesa de Faria, nascida aos 04 de fevereiro de 1842, filha de João de Faria da Costa Júnior e de Maria Alexandrina da Conceição, nascida por volta de 1805.

  Termo de batismo de Félix Antônio de Medeiros:

“FELIS, filho de Manoel Antonio da Silva, e de Maria Candida da Conceição, naturaes, e moradôres nesta Freguesia do Siridó, nascêo a vinte e trêz de Março, de mil oito centos e trinta e trez, e foi baptizado com os Santos Oleos no Sítio Riácho de Fora á onze de Abril do dito anno pelo Padre Manoel da Silva Soisa de minha licença: forao Padrinhos Manoel Barbosa de Medeiros, e Jozéfa Maria de Jesus; de que para constar mandei fazer este Assento, que assigno. O Coadjutor Pro-Parocho Manoel José Fernandes.”

 

Termo de casamento de Félix Antônio de Medeiros e Tereza Duquesa de Faria:

“Aos 16 dias do mês de novembro de 1857, as nove horas da manhã, no lugar Santo Antônio, nesta Freguesia de Nossa Senhora da Conceição de Nova Cruz, o Reverendo Senhor Vigário Manoel Jácome Bezerra Cavalcante, por mim autorizado, tendo precedido de confissão e exame de Doutrina Cristão, na sua presença e das testemunhas João Cavalcante da Rocha e Antônio Galdino da Luz, se uniram em matrimônio, por palavras de presente, e receberam as bênçãos nupciais, os nubentes FÉLIX ANTÔNIO DE MEDEIROS e THERESA DUQUESA DE FARIAS, moradores nesta Freguesia, do que para constar mandei lavrar este termo que assino. O Vigário Interino Belisio Lins de Albuquerque Cabral.”

 

Obs.: O termo de casamento realizado em 16 de novembro de 1857, que consta no primeiro livro de matrimônio nos livros paroquiais de Nova Cruz/RN, não informa o nome dos pais do noivo e da noiva, mas graças ao inventário que consta a relação dos filhos de Maria Cândida da Conceição com Manoel Antônio da Silva que foi possível descobrir o nome correto dos pais de Félix Antônio de Medeiros, em que ele aparece na condição de filho, sendo Tenente e morador na então Povoação de Melão (atual Coronel Ezequiel/RN).

              2- Pais de Félix Antônio de Medeiros:

           Manoel Antônio da Silva e Maria Cândida da Conceição, casados às 19 horas do dia 19 de fevereiro de 1827, na Fazenda São Joaquim, da Freguesia de Nossa Senhora de Santana de Caicó/RN.

            Segundo o inventário, a lista dos filhos do casal Manoel Antônio da Silva e Maria Cândida da Conceição (falecida na ocasião), é a seguinte:

             a) Mariana Possidônia de Medeiros, nascida aos 04 de janeiro de 1828;

             b) Manoel Teodoro Pereira, nascido aos 07 de janeiro de 1829, que foi padrinho de batismo aos 03 de março de 1865, de seu sobrinho Félix (o 1º do nome) que foi batizado na Matriz de Cuité/PB, filho de Félix Antônio de Medeiros e de Tereza Duquesa de Faria.

             c) Félix Antônio de Medeiros, nascido aos 23 de março de 1833, Tenente, morador na Povoação de Melão (atual município de Coronel Ezequiel, pertencente na época à Freguesia de Santa Cruz/RN);

             d) Antônio da Silva Lisboa, nascido por 1835, que casou aos 29 de novembro de 1860, em Oratório Privado com Joana Idalina da Conceição, filha de José Fidélis de Medeiros e de Rosa Cândida de Alexandria;

             e) Cosme Francisco Pimenta, nascido por 1836;

             f) Isabel Maria de Jesus, nascida por 1837;

             g) José Antônio de Medeiros, nascido por 1838;

             h) Maria Ananias da Conceição, nascida por 1839;

             i) Apolônia Quintina dos Santos, nascida por 1841, foi madrinha de batismo aos 03 de março de 1865, de seu sobrinho Félix (o 1º do nome) que foi na Matriz de Cuité/PB, filho de Félix Antônio de Medeiros e de Tereza Duquesa de Faria;

             j) Joaquim Romão da Silva, nascido por 1844.

            3- Avós paternos de Félix Antônio de Medeiros:

           Antônio Pereira Camelo, nascido por 1760 e falecido em 02 de março de 1835, com 75 anos de idade, e a 1ª esposa Apolônia Maria de Jesus, nascida por 1777 e falecida em 21 de novembro de 1799, com 22 anos de idade, casados às 12 horas do dia 10 de abril de 1796, na Matriz de Santana de Caicó/RN.

           4- Avós maternos de Félix Antônio de Medeiros:

           Cosme Fernandes Pimenta, natural de Apodi/RN, nascido por volta de 1784 e falecido aos 30 de agosto de 1868, e a 1ª esposa Apolônia Maria de Medeiros, casados às 11 horas do dia 30 de janeiro de 1805, na Fazenda São Joaquim.

           5- Bisavós paternos de Félix Antônio de Medeiros:

          5.1- José Camelo Pereira, o 1º do Nome, nascido em 1716 e falecido em 23 de junho de 1806, com 90 anos de idade, e Margarida Freire de Araújo, nascida provavelmente em 1734 e falecida em 10 de maio de 1795, com 71 anos de idade (pais de Antônio Pereira Camelo).

         5.2- Gonçalo Correia da Silva, nascido em 1737 e falecido em 26 de fevereiro de 1808, com 70 anos de idade, e Isabel Maria de Medeiros, nascida em 1745 e falecida em 28 de fevereiro de 1836, com 90 anos de idade (pais de Apolônia Maria de Jesus).

         Obs.: Isabel Maria de Medeiros era filha do português Rodrigo de Medeiros Rocha e de Apolônia Barbosa.

         6- Bisavós maternos de Félix Antônio de Medeiros:

          6.1- Manoel Fernandes Pimenta, falecido aos 15 de dezembro de 1836, e Manoela Dorneles de Bittencourt, nascida por 1755 e falecida em 09 de abril de 1846, com 90 anos de idade em Cuité/PB (pais de Cosme Fernandes Pimenta).

         Obs.: Manoel Fernandes Pimenta, citado acima, era filho de José Fernandes Pimenta (irmão de Bento Fernandes Pimenta, bisavô materno de Tereza Duquesa de Faria) e de Josefa Maria de Jesus.

         6.2- José Barbosa de Medeiros, nascido provavelmente em 1740 e falecido em 1785, e Maria da Conceição, nascida provavelmente em 1756 e falecida em 16 de abril de 1833 (pais de Apolônia Maria de Medeiros).

         Obs.: José Barbosa de Medeiros, citado acima, era o filho mais velho do português Rodrigo de Medeiros Rocha e de Apolônia Barbosa.

          II- Genealogia de Tereza Duquesa de Faria:

          1- Tereza Duquesa de Faria nasceu aos 04 de fevereiro de 1842, batizada aos 04 de julho de 1842, no Sítio Tapera, casou aos 16 de novembro de 1857, no Sítio Santo Antônio, com Félix Antônio de Medeiros, nascido aos 23 de março de 1833 e falecido aos 11 de maio de 1900, com 67 anos em Santa Cruz/RN, filho de Manoel Antônio da Silva e de Maria Cândida da Conceição.

         Termo de batismo de Tereza Duquesa de Faria:

“TERESA, filha legítima de João de Faria da Costa, já falecido, e de Maria Alexandrina  da Conceição, ele natural da Freguesia de Cuité, e ela desta do Seridó, onde presentemente se acha, nasceu aos 4 de fevereiro de mil oitocentos e quarenta e dois, e foi batizada com os santos óleos, no Sítio Tapera a quatro de julho do dito ano, pelo Padre Manoel Mariano da Costa Pereira, de minha licença; foram padrinhos Antônio Fernandes de Araújo e Madalena Maria da Conceição, casados, do que mandei fazer este assento e me assinei.  O Vigário Francisco de Brito Guerra.”

 

          2- Pais de Tereza Duquesa de Faria:

          João de Faria da Costa Júnior, que no ano de 1842 já era falecido por ocasião do batizado de sua filha Tereza, e Maria Alexandrina da Conceição, nascida por volta de 1805.

         3- Avós paternos de Tereza Duquesa de Faria:

         João de Faria da Costa e Ana Maria de Jesus, nascida por volta de 1786 e falecida aos 24 de dezembro de 1851 com 65 anos de idade em Santa Cruz/RN.

          4- Avós maternos de Tereza Duquesa de Faria:

          Antônio Fernandes Pimenta Neto, nascido por 1769 e falecido em 16 de maio de 1838, com 70 anos de idade, e Josefa Maria da Encarnação, nascida por 1776 e falecida aos 01 de abril de 1866, com 90 anos de idade.

          5- Bisavós maternos de Tereza Duquesa de Faria:

          5.1- Bento Fernandes Pimenta e Maria Madalena da Conceição, casados aos 19 de dezembro de 1762, na Matriz de Mamanguape/PB (pais de Antônio Fernandes Pimenta).

          5.2- Tomaz de Araújo Pereira, o 2º do nome, e Tereza de Jesus Maria, nascida por 1742 e falecida em 14 de janeiro de 1835, com 92 anos de idade (pais de Josefa Maria da Encarnação).

         Já é de conhecimento da genealogia potiguar o nome dos filhos do casal Félix Antônio de Medeiros e Tereza Duquesa de Faria, mas apenas para constar, logo abaixo colocaremos os nomes dos filhos do casal.

 

Filhos de Félix Antônio de Medeiros e de Tereza Duquesa de Faria:

         1- Flávio Miguel da Costa Medeiros, nascida por volta de 1858, casou aos 22 de novembro de 1884 na matriz de Cuité/PB com Firma Pautília de Farias, de 24 anos, filha de Trajano José de Faria e de Maria Erundina de Faria.

         2- Maria Felentina de Medeiros, nascida por volta de 1859 e falecida às 14 horas do dia 15 de junho de 1942, com 83 anos de idade, na Rua Quatro de outubro nº 155, em Sapé/PB, casou aos 25 de novembro de 1880, no Sítio Santo Antônio, da Freguesia de Santa Cruz/RN, com Camilo José da Rocha, nascido aos 13 de setembro de 1848 e falecido aos 17 de agosto de 1902, com 53 anos de idade em Santa Cruz/RN, filho natural de Joana Carlota Brasileira.

        Maria Felentina de Medeiros foi a bisavó materna de Arnaldo Neto Gaspar.

        3- Josefa Lucas de Medeiros, nascida aos 09 de outubro de 1863, batizada aos 25 de outubro de 1863, no lugar Melão, pelo padre Crispiniano Ferreira Lima, sendo padrinhos Manoel Zacarias de Macedo e Josefa Clementina de Faria.

       Josefa Lucas de Medeiros casou aos 15 de fevereiro de 1881, no lugar Santo Antônio em Cuité/PB com o seu primo em 2º grau Elias Francisco Dantas, filho de Antônio Clemente Dantas e de Ana Florentina do Amor Divino (irmã da mãe de Félix Antônio de Medeiros).

       4- Ceciliano da Costa Medeiros, nascido aos 16 de abril de 1862, batizado aos 30 de junho de 1862, no lugar Santo Antônio pelo vigário Antônio Dias da Cunha, sendo padrinhos Olímpio Balduíno de Faria e sua esposa Ana Adelina de Faria.

       Ceciliano da Costa Medeiros casou aos 19 de setembro de 1894 em Bananeiras/PB com sua prima Maria Avelina da Rocha, filha de Antônio Ferreira da Rocha e de Tereza Avelina de Faria.

       5- Félix, o 1º do nome, nascido aos 16 de fevereiro de 1865, batizado aos 03 de março de 1865, na Matriz de Cuité/PB pelo padre Manoel Jácome Bezerra Cavalcante, foram padrinhos Manoel Teodoro Pereira, viúvo (irmão de Félix Antônio de Medeiros) e Apolônia Quintina dos Santos, solteira (irmã de Félix Antônio de Medeiros).

      Obs.: Este Félix, o 1º do nome, que teve como padrinhos de batismo um tio paterno (Manoel Teodoro Pereira) e uma tia paterna (Apolônia Quintina dos Santos), deve ter falecido na infância, já que em 27 de março de 1871 nascia um outro filho de nome Félix, o 2º do nome, que veio a se assinar também com o nome Félix Antônio de Medeiros (ver item 9).

       6- Tertulina Fausta de Medeiros, nascida aos 02 de maio de 1866, batizada aos 03 de dezembro de 1866, no lugar Santo Antônio, pelo padre Manoel Joaquim da Silva Chacon, foram padrinhos Joaquim Claudiano da Rocha e Bernardina América de Faria.

     Tertulina Fausta de Medeiros casou com José de Macedo Gomes.

      7- Ana Cândida de Medeiros, nascida aos 03 de agosto de 1867 e falecida solteira aos 30 de março de 1942, com 75 anos de idade, em Santa Cruz/RN.

      8- João da Costa Medeiros, nascido aos 29 de março de 1869, batizado aos 16 de maio de 1869, na Matriz de Cuité/PB pelo vigário Antônio Rafael Gomes de Melo, foram padrinhos Antônio Genuíno de Faria e sua esposa Josefa Teófila.

     João da Costa Medeiros casou aos 18 de janeiro de 1911, na então Povoação de São Tomé/RN, com Ana Angélica de Medeiros, nascida por 1888, filha de Antônio Pacífico de Queiroz e de Adelina de Queiroz.

       9- Félix Antônio de Medeiros, o 2º do nome, nascido aos 27 de março de 1871, batizado aos 05 de junho de 1871, no lugar Santo Antônio, pelo vigário Antônio Rafael Gomes de Melo, sendo padrinhos Trajano José de Faria e Irmelina Antônia de Faria.

        Félix Antônio de Medeiros, o 2º do nome, casou com Maria Angelina de Medeiros, filha de Calixto de Medeiros e Araújo e de Francisca Cesária de Lima.

       10- Miguel Emídio da Costa Medeiros, nascido aos 22 de março de 1875 e falecido aos 10 de junho de 1917, com 42 anos de idade, batizado aos 16 de maio de 1875, pelo padre Pedro José do Coração de Maria, sendo padrinhos Miguel Ribeiro Dantas, por procuração de Antônio Genuíno de Faria.

      Miguel Emídio da Costa Medeiros casou aos 29 de abril de 1903, no Sítio Condado em Currais Novos/RN com Rita Leonor da Rocha, nascida por volta de 1887, filha do Coronel Luiz Gomes de Melo Lula e de Maria Idalina da Rocha.

       11- Silvino da Costa Medeiros, nascido aos 17 de fevereiro de 1877 em Santa Cruz/RN e falecido aos 29 de junho de 1959, com 82 anos de idade, casou aos 10 de setembro de 1913, em Oratório Privado no Sítio Floresta em Santa Cruz/RN com Auta Aurora de Araújo, nascida aos 12 de setembro de 1888 em Acari/RN e falecida aos 23 de junho de 1948 em Acari/RN com 59 anos de idade, filha de Antônio Honorato de Araújo, nascido aos 12 de junho de 1838 e falecido aos 19 de junho de 1912, com 74 anos, e da 2ª esposa Cândida das Mercês de Araújo, nascida aos 11 de março de 1853 e falecida aos 04 de dezembro de 1940, com 87 anos de idade.

      12- Vicente da Costa Medeiros, nascido por volta de 1878, casou aos 26 de julho de 1905, na Fazenda Boa Esperança em Santa Cruz/RN com Rita de Cássia Medeiros, nascida por volta de 1884, filha de Paulino Bento Rodrigues e de Maria Ana de Medeiros.

      13- Elvídio da Costa Medeiros, nascido por volta de 1879 em São Tomé/RN, casou aos 31 de outubro de 1906, na Matriz de Santa Cruz/RN com Maria Umbelina de Macedo Gomes, nascida por volta de 1881, filha de Francisco Umbelino Gomes de Macedo, nascido em 15 de setembro de 1854, batizado aos 15 de outubro de 1854 na Freguesia de Cuité/PB, e de Felismina Idalina de Macedo, nascida aos 27 de julho de 1852, batizada aos 30 de julho de 1852, na Freguesia de Cuité/PB.

       14- Maria do Rosário de Medeiros, nascida aos 24 de fevereiro de 1880, batizada aos 28 de março de 1880, na Matriz de Santa Cruz/RN, sendo padrinhos Antônio Genuíno de Faria e a esposa Liliosa Ermelinda Pereira da Nóbrega.

       Maria do Rosário de Medeiros casou aos 02 de julho de 1898 em Santa Cruz/RN com Miguel Nunes Ferreira de Carvalho, filho de Joaquim Nunes de Carvalho e de Tereza Ferreira.

      15- Maria do Ó de Medeiros, nascida aos 31 de julho de 1881 e falecida aos 29 de abril de 1944, com 63 anos de idade, batizada aos 28 de agosto de 1881, na Matriz de Santa Cruz/RN pelo padre Antônio Rafael Gomes de Melo, sendo padrinhos Camilo José da Rocha e a esposa Maria Felentina de Medeiros Rocha (irmã de Maria do Ó de Medeiros e filha de Félix Antônio de Medeiros).

       Maria do Ó de Medeiros casou aos 16 de novembro de 1904, em Santa Cruz/RN com José Umbelino de Macedo Gomes, nascido aos 14 de setembro de 1880 e falecido aos 12 de abril de 1943, com 62 anos de idade, filho de Francisco Umbelino Gomes de Macedo e de Felismina Idalina de Jesus.

      16- Afonso da Costa Medeiros, nascido aos 04 de setembro de 1882, batizado aos 24 de setembro de 1882, na Matriz de Cuité/PB, sendo padrinhos Elias Francisco Dantas e Josefa Lucas de Medeiros.

      Afonso da Costa Medeiros casou aos 12 de fevereiro de 1917, na então Povoação de São Tomé/RN com Maria Inácia Furtado, filha de Floriano Teófilo Furtado e de Isabel Leopoldina Furtado.

      17- Manoel, nascido aos 15 de dezembro de 1884, batizado aos 06 de janeiro de 1885, na Matriz de Cuité/PB pelo padre Joel Esdras Lins Fialho, sendo padrinhos Joaquim Claudino da Rocha e Umbelina Olindina de Farias.

quarta-feira, 30 de novembro de 2022

O corpo e o mausoléu de Augusto Severo

 

Diante da aproximação da exumação e do traslado do corpo de Augusto Severo de Albuquerque Maranhão, do Cemitério de São João Batista, no Rio de Janeiro, para o Cemitério de São Miguel, em Macaíba, Rio Grande do Norte, algumas pessoas perguntam-me sobre os acontecimentos post mortem do aeronauta macaibense em Paris e o seu traslado da capital francesa para o Brasil.

Após a explosão do balão dirigível Pax, o corpo de Augusto Severo foi embalsamado pelo renomado Dr. Bensande e envolvido num retalho da seda do envoltório do balão, sendo conduzido para a sua residência em Paris, à Rua Galilée, nº 63, onde permaneceu entre os dias 13 e 16 de maio, em câmara ardente montada na pequena sala de visitas.

No dia 17 de maio de 1902, foi celebrada a primeira missa de corpo presente em memória de Augusto Severo, na igreja de San Pierre de Chaillot. Após a missa, o corpo do aeronauta foi depositado no cemitério de Passy, onde ficou até o embarque para o Brasil, depositado no jazigo da família do Visconde Ferreira de Almeida.

Em 29 de maio de 1902, partiram da gare Quai d’Orsay, em Paris, Nathália Severo, seus filhos e Palmira Cassina, sua irmã, com destino ao porto de Bordéos. Por fim, a 30 de maio de 1902, o paquete Brésil, da Companhia Messageries Maritimes seguiu de Bordéos com destino ao Brasil, aonde chegou no dia 16 de junho de 1902.

O nome de Augusto Severo figura para sempre na história social parisiense, sendo um dos brasileiros que nomeia rua, junto com Santos Dumont e Marielle Franco, que é nome de um jardim público.

Chegando ao Brasil, o corpo de Augusto Severo foi recebido por Augusto Tavares de Lyra e levado para a capela do Arsenal de Guerra, carregado por homens da maruja do Arsenal, e colocado sobre um catafalco, “ricamente paramentado e rodeado de tocheiros e de inúmeras coroas, tendo na sua cabeceira um crucifixo de Jacarandá e prata, organizado por seu irmão o Senador Pedro Velho e que pertencera a sua veneranda mãe”.

Nesse momento, os parentes e amigos presentes, desejando ver o morto, pediram para ser aberto o caixão de “madeira branca, envernizada, dentro do qual havia um outro de zinco hermeticamente fechado”.

Caixão de Augusto Severo depositado no catafalco da Capela do Arsenal, no Rio de Janeiro.

Não sendo encontrada a chave do esquife de madeira, foi este arrombado e então, por um quadrado de vidro, colocado a altura do rosto do pranteado morto, foi ele contemplado pelas pessoas presentes.

Um jornalista anotou: “o caixão, apesar de ser de faia, é demasiado simples, com argolas de metal ordinário e além de tudo fechado a parafuso. Como único adorno, tem na tampa a seguinte inscrição em uma placa de metal branco: Augusto Severo de Albuquerque Maranhão, deputado federal da República dos Estados Unidos do Brasil, inventor do balão Pax. Nasceu em Macahyba em 11 de janeiro de 1864 e morreu em Paris a 12 de maio de 1902”. E descreve o que viu pelo vidro do caixão: “O rosto do desventurado aeronauta está sereno e o peito da camisa bordada manchado de sangue. Severo veste terno de casaca preta. Tem sobre o peito um pequeno invólucro e uma fotografia”.

Destaca outro jornalista: “Retirada a tampa do caixão, via-se o rosto de Augusto Severo, sob o vidro, numa pequena abertura feita no envoltório de zinco. Tinha a fisionomia serena e a boca ligeiramente aberta”.

O então Deputado Federal Augusto Tavares de Lyra, deixou as seguintes notas: “o caixão é todo de madeira de lei, tendo aos lados seis pegadores de metal branco. O cadáver achava-se dentro de uma segunda caixa de zinco, tendo uma abertura com vidro na altura do rosto. Sobre o caixão de zinco, grande quantidade de coroas e grinaldas vindas de Paris”. E continua: “o rosto de Augusto Severo estava bem conservado, sereno, notando-se, entretanto, ligeiras manchas violáceas nas faces. Os seus negros e vastos cabelos emolduravam-lhe o rosto, caindo sobre a testa. O corpo veste terno de casaca preto, tendo sobre o peito uma fotografia e um pequeno invólucro”.

Carlos Leite Ribeiro, amigo de Augusto Severo, lembrou de adquirir o terreno para o mausoléu.

Da capela do Arsenal da Marinha o corpo de Augusto Severo foi conduzido para ser velado no salão nobre da Câmara dos Deputados, transformado em câmara ardente. No dia 18 de junho, pela manhã, foi levado para a Igreja da Candelária, onde ocorreram as exéquias solenes e de lá seguiu em grande préstito para o Cemitério de São João Batista, em Botafogo.

O terreno para o sepultamento, adquirido por seu amigo o coronel Carlos Leite Ribeiro, presidente da comissão executiva das exéquias e monumento, que legalizou a compra, em nome da mesma comissão, foi depois doado para o Centro Norte Rio-Grandense, ocupado pelo jazigo n. 72 F, do quadro 10 de carneiros, com uma superfície de 2 metros e 20 centímetros de comprimento por 80 centímetros de largura, de acordo com a medida tomada pelo construtor contratante da obra e com o feitio do caixão, que encerra os despojos do morto.

Uma numerosa turma de operários do cemitério trabalhou na construção do carneiro e nas fundações do monumento, confeccionadas em lajões de alvenaria “com uma profundidade de 7 metros, de acordo com o respectivo regulamento”, segundo os jornais e 3 metros, segundo o deputado Tavares de Lyra.

Posteriormente, no dia 18 de setembro de 1904, foi erigido e inaugurado o monumento em mármore. Construído através de uma subscrição popular, o túmulo de Augusto Severo está localizado numa Alea onde jazem diversas personalidades da história do Brasil, a exemplo de José de Alencar, Barão de Cotegipe, Clarisse Lage Índio do Brasil, Conde de Araguaia, Almirantes Saldanha da Gama e Wandenkolk.

Túmulo de Augusto Severo inaugurado em 1904, no Cemitério de São João Batista, Rio de Janeiro. 

Trata-se de uma bela concepção artística. Encimada por uma coluna piramidal recoberta de mármore, tem ela na sua base um medalhão com a efígie de Augusto Severo e dois baixo relevos representando uma cena do balão Pax, alando-se aos ares e o outro com a frase em latim:  Sidera vincere conatus, vicil mortem. No pedestal do monumento, até os anos de 1970, jazia a coroa flores envoltas numa âncora, que lhe foi oferecida como tributo de gratidão pelos operários do Arsenal da Marinha.

A subscrição popular foi uma iniciativa da comissão composta do Contra-Almirante Justino Proença, Dr. Joaquim Ferreira Chaves, Dr. Oscar Godoy, Coronel Fonseca e Silva, Coronel Carlos Leite Ribeiro, Alcindo Guanabara, Capitão José Villas Boas, Francisco de Barros e Francisco Marques.

Diante das informações aqui coligidas, temos os seguintes pontos:

1. O Corpo de Augusto Severo foi embalsamado e encontra-se em dois caixões, um externo de madeira faia e outro de zinco hermeticamente fechado. Seria interessante que, pelo menos o caixão de zinco, fosse conservado dentro de outro, novo e assim sepultado, quando de sua possível exumação;

2. Em cima do caixão externo existe uma placa com o nome, profissão, lugar e data de nascimento e lugar e data de falecimento de Augusto Severo;

3. O túmulo foi construído pelos operários do próprio cemitério de São João Batista e o monumento piramidal de mármore edificado depois de uma subscrição popular que durou dois anos arrecadando o valor;

4. O terreno do túmulo foi comprado por um amigo pessoal de Augusto Severo – o Coronel da Guarda Nacional Carlos Ribeiro Leite – que era presidente da Comissão das Exéquias e do Monumento. Encerradas todas as solenidades, o Coronel Carlos Leite Ribeiro deixou o túmulo sob a responsabilidade do Centro Norte-Rio-Grandense do Rio de Janeiro.

domingo, 14 de novembro de 2021

As raízes portuguesas do pintor Pedro Américo de Figueiredo e Melo

 

O pintor Pedro Américo de Figueiredo e Melo nasceu aos 29 de abril de 1843, em Areia/PB e faleceu aos 07 de novembro de 1905, aos 62 anos de idade, em Florença, Itália. Foi batizado na igreja de Nossa Senhora da Conceição em Brejo de Areia/PB pelo Pe. Francisco de Holanda Chacon, sendo padrinhos os tios paternos Zeferino Aureliano Grangeiro de Melo e Canuta Grangeiro de Melo.

 

Pedro Américo foi um dos mais importantes pintores da nossa história. É o autor da tela "O Grito do Ipiranga", uma encomenda da família imperial, e que hoje integra o acervo do Museu do Ipiranga. É de sua autoria também as telas "Batalha do Avaí", "Paz e Concórdia", "Batalha do Campo Grande", entre outras. É Patrono da cadeira nº 24 da Academia Paraibana de Letras. Em 1852, foi convidado, como desenhista auxiliar, para acompanhar o naturalista francês Jean Brunet em uma expedição científica pelo Nordeste do Brasil. Em 1854, Pedro Américo foi para o Rio de Janeiro, estudar no Colégio Pedro II. Em 1856 ingressou na Academia Imperial de Belas Artes.

 

Pedro Américo recebeu do Imperador D. Pedro II, uma bolsa para estudar na Escola Nacional Superior de Belas Artes de Paris, para onde foi em 1859. Foi aluno de Jean-Auguste-Dominique Ingres, um dos maiores pintores do Neoclassicismo francês. Ainda em Paris, estudou no Instituto de Física de Adolphe Ganot, no curso de Arqueologia de Charles Ernest Beulé e bacharelou-se em Ciências Sociais na Sorbonne, com a tese “Considerações Filosóficas Sobre as Belas Artes Entre os Antigos”. Pedro Américo retornou ao Brasil em 1864 e passou a lecionar na Escola de Belas Artes, mas logo voltou para a Europa, onde na Universidade de Bruxelas recebeu o título de Doutor em Ciências Físicas e Naturas. Além de produzir várias telas, dedicou-se à poesia, ao romance e à filosofia.

 

Pedro Américo casou no ano de 1869, em Lisboa, Portugal, com Carlota Palmira de Araújo, filha do diplomata Manoel de Araújo Porto Alegre, posteriormente Barão de Santo Ângelo, escritor e poeta, e de Ana Paulina Delamare, pianista e cantora. O casamento foi realizado em Lisboa quando o pai da noiva na ocasião era Cônsul do Brasil. Do casamento de Pedro Américo com Carlota Palmira nasceram os filhos:

 

A- Carlota Palmira de Figueiredo, que por sua vez casou aos 27 de maio de 1891, no Rio de Janeiro/RJ com o diplomata José Manoel Cardoso de Oliveira, que foi cônsul do Brasil em Nova Orleans/EUA, era natural de Salvador/BA, filho de Rodolfo Cardoso de Oliveira e de Maria Virgínia de Matos, e depois exerceu o cargo de ministro do Brasil em Berlim, Londres, Berna, México, Chile e Portugal, encerrando a sua carreira na condição de Embaixador do Brasil em Lisboa, de 1922 até 1931, e do casamento houve descendência.

 

B- Pedro Américo de Figueiredo e Melo Filho, nascido por volta de 1872 no Rio de Janeiro/RJ e falecido na mesma cidade aos 20 de maio de 1876, aos 04 anos de idade.

 

C- Eduardo de Figueiredo e Melo, nascido por volta de 1874 e falecido em 1953, em Firenza, Florença, Itália, foi pintor e músico, casou na Itália com Maria Benedetti, onde deixou descendência.

 

Pais de Pedro Américo de Figueiredo e Melo:

 

Daniel Eduardo de Figueiredo e Melo, nascido aos 13 de outubro de 1811 em Limoeiro/PE e falecido às 17 horas do dia 25 de abril de 1891, com 79 anos de idade na Rua Dr. Pedro Américo em João Pessoa/PB, e Feliciana Maria Cirne, nascida em João Pessoa/PB, casamento ocorrido por volta de 1836 em João Pessoa/PB.

 

Nota: Daniel Eduardo de Figueiredo e Melo foi comerciante em Areia/PB, e depois foi tabelião público em João Pessoa/PB até o seu falecimento, e Feliciana Maria Cirne era irmã de João Antônio Cirne, natural de João Pessoa/PB, que foi para o Estado do Rio Grande do Sul, onde fixou residência em Bagé/RS, e lá casou com Maria Felisbina dos Santos, e deixou descendência, e João Antônio Cirne é considerado o primeiro historiador de Bagé/RS.

 

Termo de óbito de Daniel Eduardo de Figueiredo Melo:

 

“Aos vinte e seis dias do mez de Abril do anno de mil oito centos e noventa e um neste único Districto de Paz de Parochia de Nossa Senhora das Neves, Municipio de Capital do Estado da Parahyba do Norte, compareceu em meu cartório Ceciliano da Silva Coelho, e declarou: Que hontem pelas cinco horas da tarde, á rua Doutor Pedro Américo, falleceu o cidadão Daniel Eduardo de Figueirêdo, branco, de setenta e nove annos de idade, casado que foi com Dona Feliciana Maria de Figueirêdo, filho legitimo de Manoel de Christo Grangeiro e de Anna Francisca Xavier de Figueirêdo, natural do Estado de Pernambuco. Sua morte foi em consequência de marasmo senil, conforme o attestado medico do Doutor Aguinello Candido Lins Fialho. Vai ser sepultado no cemitério Publico desta Capital, em catacumba de Irmandade de Santa Caza de Misericordia. E para constar lavrei este termo que assigno com o declarante. Eu Jeronymo Pereira d´ Oliveira, Escrivão de Paz, o escrevi. Jeronymo Pereira d´ Oliveira”.

 

Avós paternos de Pedro Américo de Figueiredo e Melo:

 

Manoel de Cristo Grangeiro e Melo, falecido em 1856, e a 1ª esposa Ana Francisca Xavier de Figueiredo, falecida aos 17 de março de 1825.

 

Avós maternos de Pedro Américo de Figueiredo e Melo:

 

Feliciano da Costa Cirne, natural de Portugal, nascido aos 29 de outubro de 1784, batizado aos 13 de novembro de 1784, e Ana Maria da Conceição, natural de João Pessoa/PB.

 

Registro de batismo de Feliciano Cirne:

 

“Em os treze dias do mes de Novembro de Mil Sete centos oitenta e quatro nesta Parochial Igreja por despacho do Emmº Snr Dºr Cardeal Patriarcha, que fica no Cartorio desta Igreja baptizei, e pus os Santos Oleos à Feliciano, que nasceu em os vinte, e nove dias do mes de Outubro próximo passado, filho de José da Costa Cyrne, baptizado na Freguezia de Nossa Senhora das Neves da Cidade da Paraiba, Bispado de Pernambuco, e de Margarida Jozefa da Assumção, do Castelo de Almada deste Patriarchado, recebidos nesta cidade, e moradores no lugar do Pragal, Limite da Villa de Almada: foi Padrinho Pedro Antonio da Silva morador na freguesia da Conceição desta cidade, de que fiz e assignei o presente assento. O Cura Antonio da Conceição”.

 

Observação: No site familysearch há um equívoco por parte de quem colocou (a pessoa cadastrada no site com o apelido “alwolmer” foi quem colocou essa informação equivocada sobre Feliciano da Costa Cirne) a informação errada de que Feliciano da Costa Cirne nasceu aos 30 de janeiro de 1768, na Freguesia de São Salvador da Vila de Cinez, batizado aos 09 de fevereiro de 1768, filho de Nicolau da Costa e Maria Angélica, o que está ERRADO, já que a verdadeira data de nascimento de Feliciano da Costa Cirne é 29 de outubro de 1784, e o nome correto dos pais de Feliciano da Costa Cirne é José da Costa Cirne e Margarida Josefa de Assunção.

 

Em 1817, o português Feliciano da Costa Cirne solicita passaporte para ir ao Estado de Pernambuco, informação que consta no projeto Resgate, e o mesmo declara a sua idade de 33 anos, o que faz deduzir que o ano de seu nascimento é 1784, e já que Feliciano da Costa Cirne no termo de batismo (transcrição do termo de batismo neste artigo) nasceu no dia 29 de outubro do mesmo ano de 1784, então é possível chegar a conclusão de que o termo de batismo do ano de 1784 se refere mesmo a pessoa de Feliciano da Costa Cirne, avô materno do pintor Pedro Américo.

 

Bisavós maternos de Pedro Américo de Figueiredo e Melo:

 

José da Costa Cirne, natural de João Pessoa/PB, nascido por volta de 1744 e falecido aos 13 de janeiro de 1810, com 65 anos em Portugal, e Margarida Josefa de Assunção, natural de Almada, Concelho de Setubal, nascida aos 05 de novembro de 1761, batizada aos 24 de novembro de 1761, casados em Portugal (pais de Feliciano da Costa Cirne).

 

Registro de Batismo de Margarida Josefa da Assunção:

 

“Em os vinte e quatro de Novembro de mil setecentos e secenta e hum de licença do Rdº Prior Salvador Perª de Mattos baptizei e pus os Stºs Oleos a Margarida que nasceo a sinco deste mes, filha legitima de Antº Perª natural do Ribeiro fregª de S. Iricio aonde foi baptisado, bispado de Lamego, e de sua molher  Catherina Jozefa natural da Villa de Santarem e baptizada na fregª de S. Nicolao e Recebidos na freguezia de N. Srª dos Olivais termo da Cidade de Lbª e moradores em Malqueforte foi Padrinho Caetano Perª mºr em Val de Mourellos; de q fiz este termo que assignei. O Pe. Miguel Soares da Nativid.e.”.

 

Registro de Casamento de José da Costa Cirne e Margarida Josefa da Assunção:

 

“Em os Sette dias do mez de Abril do anno de Mil Settecentos e Settenta e Sette nesta Parochial Igreja de manhan, na minha presença e das testemunhas abaxo nomeadas, e assignadas, observada a forma do Sagrado Concilio Tridentino, e Constituiçoens deste Patriarchado, por palavras de prezente se Receberao por marido e mulher, José da Costa Cirne, solteiro, filho de Pedro da Costa Cirne, e de Joana Paula do Nascimento, natural e baptizado na Freguezia de Nossa Senhora das Neves da Cidade da Paraiba, Bispado de Pernambuco, onde seus Pais forao Recebidos, e presentemente morador na Freguezia do Castelo da Vila de Almada deste Patriarchado; com Margarida Jozefa da Assunção, solteira, filha de Antonio Pereira, e de Catherina Jozefa Pereira de Andrade, natural e baptizada na sobreditta Freguezia do Castello da Vila de Almada, onde he moradora; e seus Pais forao Recebidos na freguezia de Santa Maria dos Olivaes, extras muros desta Cidade: e como os contrahentes não eram os meus freguezes, e por esta razão os não podia receber, me apresentarão huma Provisão de Licença do Eminentissimo Senhor Patriarcha Elleito, pela qual me deu a faculdade de os receber, e esta fica no Cartório desta Igreja; e de como assim se receberão forao Testemunhas presentes o Reverendo Antonio Joze da Roza, Secretario do Eminentissimo Senhor Patriarcha, e Antonio Bernardo da Silva Piloto, morador na freguezia de Sam Paulo da cidade, e outras mais que tambem prezentes estavao, e para constar fiz este Termo, que com as dittas testemunhas assinei. O Parº Joze Coelho Borges . O Pe. Antonio Joze da Roza. Antonio Berndº da Sª Ptº”.

 

Trisavós maternos de Pedro Américo de Figueiredo e Melo:

 Pedro da Costa Cirne, natural da Freguesia de Nossa Senhora da Consolação do Castelo de Sesimbra, Distrito de Setubal, Portugal, batizado aos 06 de julho de 1711 e falecido aos 24 de março de 1776 com 64 anos de idade em Portugal, e Joana Paula do Nascimento, natural da Freguesia de Nossa Senhora das Neves de João Pessoa – PB, nascida em 1728, casados aos 02 de maio de 1744 na Capela de São Frei Pedro Gonçalves da Freguesia de Nossa Senhora das Neves de João Pessoa – PB (pais de José da Costa Cirne).

     “Em os seis dias do mez de julho de mil sete centos e onze baptizei a Pedro filho de José de Magalhaens e Ignacia Maria. Padrinhos o Prior Luis Netto Pincao, e Domingas Gomes, de que fis este assento que assignei. O Beneficiado Manoel Godinho de Sá”.

       “Aos dous do mes de maio de mil sete centos e quarenta e quatro com minha licença na Capella de Sam Frey Pedro Gonsalves, corridos os banhos nesta Freguezia, e na do Recife, sem impedimento, e com mandado do casamento do Reverendo Doutor Vigrº Geral , e por haver o contrahente justificado o estado de solteiro, e dar fianças a banhos pelas cinco oras da tarde em presença do Padre Domingos Alvares Moreira, e das Testemunhas Jeronimo Rodrigues da Rocha, e Antonio de Souto Correia, se receberão por palavras de presentes na forma da Igreja Pedro da Costa Sirne, natural do termo de Sizimbra do Arcebispado de Lbª filho de José de Magalhanes Sirne, e de sua mulher Ignacia Maria, já defuntos, com Joanna Paula do Nascimento, natural desta Cidade, filha de Marcos de Souto, e de sua mulher Marianna Quaresma já defuntos, ambos moradores no varadouro desta cidade, e receberão as bencaos, de que mandei fazer este assento em que asigney. O Vice Vigrrº Antonio Saraiva Leam”.

 Antônio Pereira, natural do Bispado de Lamego, Portugal, e Catarina Josefa Pereira de Andrade, natural de Santarém, Portugal, batizada aos 17 de dezembro de 1732 na Igreja de São Nicolau, casados aos 06 de outubro de 1761 em Portugal (pais de Margarida Josefa de Assunção).

 

Registro de Batismo de Catarina Josefa Pereira de Andrade:

 

“Aos dezasete dias do Mes de Novembro de mil e Sette centos e trinta e dous anos nesta parochial Igrª de S. Nicolau baptizei e pus os Santos Oleos a Catharina, filha de Nicolau Pereyra natural do lugar Almoster fregª de Stª Maria onde foi baptizado, e filho de Nicolau Freire e de sua mulher Maria da Sylva: e de sua mulher Jozepha Thereza, natural desta Villa e baptizada na Igrª de S. Tiago e filha de Joseph Baptista e de Thereza de Jesus: forao P.P Manoel da Costa, e Catharina Josepha e tocou por ella com procuração Antonio Soares; de q fiz este asento que asigney: era ut supra. O Pe. Cura Jozeph da Sª Pinhrº”.

 

Registro de casamento de Antônio Pereira e Catarina Josefa Pereira de Andrade:

 

“Em Seis de Outubro de mil, e Sete Centos, e Secenta e hum se Receberao in facie ecclettd, e em minha prezença e na forma do Sagrado Concilio Tridintino e de manham Antônio Perª solteiro filho legitimo de Domingos Rodrigues já defunto, e de sua m.er Domingas Pereira natural do lugar de Ribeiro Fregª de São Iricio de Nespereyra Bisppado de Lamego, e A Catharina Jozefa solteira Baptizada na Freguezia de São Nicolau da Villa de Santarem e filha de Nicolau Pereyra de Andrade, e de Jozefa Thereza do Nascimtº e ambos os contrahentes meus Freguezes, e actualmente m.res nesta freguesia donde se tem desobrigado as quaresmas próxima passadas e em tudo mais se guarda a forma da Constituição do Patriarchado sendo testemunhas prezentes estavão, e comigo asignarao Francisco da Costa Antonio Jose Sancristao desta Igreja e Sebastiao Alvres m.es nesta Fregª. De q fiz este assento. O Vigrº Encomdº Miguel da Silva. Francisco da Costa. Sebastião Alves. Antº Joze”.

 

Nota: Um mês depois do matrimônio de Antônio Pereira e Catarina Josefa Pereira de Andrade (casados aos 06 de outubro de 1761) nasceu aos 05 de novembro de 1761 a filha de nome Margarida Josefa de Assunção, que por sua vez foi a mãe do português Feliciano da Costa Cirne (avô materno do pintor Pedro Américo).

 

Tetravós maternos de Pedro Américo de Figueiredo e Melo:

 

José de Magalhães Cirne, natural da Freguesia de São Julião, Concelho e Distrito de Lisboa, nascido por volta de 1668, e Inácia Maria Leitão, natural da Freguesia de Nossa Senhora da Pena, Concelho e Distrito de Lisboa, batizada aos 13 de agosto de 1674, casados a 01 de janeiro de 1700 na Freguesia de São Paulo, Concelho e Distrito de Lisboa

“Em o primeiro de janeiro de mil sete centos, eu Antonio da Silva de Faria, Vigario desta Parochial Igreja de São Paulo, receby por marido e mulher assim como manda a Santa Madre Igreja de Roma, com banhos corridos na forma ordinária a José de Magalhãens filho de Manoel de Magalhaens e de sua mulher Anna da Costa já defunta, e ele contrahente baptizado nesta freguezia de São Julião desta cidade de Lisboa, e meu freguez, com Ignacia Maria filha de Pedro Felipe, e de sua mulher Maria Leytoa baptizada na freguezia de Santa Anna desta cidade, e moradora na freguesia da Ajuda, testemunhas que presentes estavao, o Padre Thezoureiro desta dita Igreja Manoel Rodrigues, o Padre João Leitão, e Manoel Tavares do Lago, todos meus fregueses. Antonio da Silva de Faria”.

 Marcos de Souto, natural da Freguesia de São Martinho do Porto, Concelho de Alcobaça, Distrito de Leiria, batizado aos 13 de outubro de 1682, e Mariana Quaresma, natural da Freguesia de São Miguel de Alfama, Concelho e Distrito de Lisboa, batizada aos 31 de março de 1687, casados às 16 horas do dia 03 de junho de 1721 na Igreja da Misericórdia (pais de Joana Paula do Nascimento).

 

Domingos Rodrigues e Domingas Pereira, naturais de Portugal (pais de Antônio Pereira).

 

Nicolau Pereira de Andrade, natural da Freguesia de Santa Maria de Almoster, Conselho e Distrito de Santarém, Portugal, e Josefa Tereza do Nascimento, natural da Freguesia de São Tiago, Conselho e Distrito de Santarém, Portugal (pais de Catarina Josefa Pereira de Assunção).

 

Pentavós maternos de Pedro Américo de Figueiredo e Melo:

Manoel de Magalhães Cirne, natural do Porto, Portugal, e Ana da Costa, natural de Lisboa, Portugal (pais de José de Magalhães Cirne).

Pedro Felipe da Silva e Mariana Leitão de Avelar, casados aos 16 de junho de 1669 na Freguesia de Nossa Senhora da Pena, Concelho e Distrito de Lisboa (pais de Inácia Maria Leitão).

Manoel Duarte e Catarina de Souto, casados aos 28 de maio de 1673 na Freguesia de São Martinho do Porto, Concelho de Alcobaça, Distrito de Leiria, Portugal (pais de Marcos de Souto).

Domingos Rodrigues e Pascoa Jorge (pais de Mariana Quaresma).

Nicolau Freire e Maria da Silva, naturais de Portugal (pais de Nicolau Pereira de Andrade).

José Batista e Tereza de Jesus, naturais de Portugal (pais de Josefa Tereza do Nascimento).

Hexavós Maternos de Pedro Américo de Figueiredo e Melo:

Inácio de Magalhães Cirne e Maria Carneiro, casados aos 20 de abril de 1637 na Igreja de São João de Canelas, Concelho de Vila Nova de Gaia, Distrito do Porto (pais de Manoel de Magalhães Cirne).

“Em os vinte dias do mês de Abril de mil seis centos e trinta e sete Anos nesta igrª de Sam Joam de Canellas, recebi no sacramento do matrimonio a Inacio de Mag.es Cirne com donna Maria Carneira em presença de muita gente q se achava presente, Mart. Colar de Pº Vaz Soares e Sousa, e seu fº Antº de Sousa Cirne, com a madrinha, d q fis este acento. Francº de Mag.es Cirne”.

Domingos Duarte e Maria João (pais de Manoel Duarte).

Manoel Carrasco e Catarina de Souto (pais de Catarina de Souto).

Heptavós Maternos de Pedro Américo de Figueiredo e Melo:

Francisco de Magalhães Cirne e Inês Aranha, a 2ª do Nome, casados aos 29 de outubro de 1608 na Freguesia da Sé, Concelho e Distrito do Porto, Portugal (pais de Inácio de Magalhães Cirne).

“Em os 29 de 8brº de 608, recebeo o presente e deu as bencoens na forma do Sagrado Conc Trid. e Const. deste Bpdº no Altar de São Jaquim sacramtº desta sé o Abbe Behaguoa Capelao q foi do mesmo Bpdº a Francº de Magalhaens Cirne fº de Francº de Magalhaens e sua mer Lucrecia Cirne desta fregª com Ines Aranha fª de M.el , M.el da Rocha e Ines Aranha já defunta m.res na rua cham. Forao tªs Pero Vas Cirne, Dieguo Leite Miguel da Costa Pero Fernandes e outros mtºs. Manoel Alvres”.

 Octavós Maternos de Pedro Américo de Figueiredo e Melo:

Francisco de Magalhães e Lucrécia Cirne (pais de Francisco de Magalhães Cirne).

Manoel da Rocha de Leão e Inês Aranha, a 1ª do Nome (pais de Inês Aranha, a 2ª do nome).